Friday, June 09, 2006

Design
Antes manipulador que manipulado

Nos livros que cria, Luís Miguel Castro joga com os textos e com as imagens. E nunca à defesa As imagens televisivas entravam-lhe por ali adentro sem pedir licença.

Luís Miguel Castro, nascido há 50 anos em Guimarães, reparou que andava a perder demasiado tempo com elas – e vai daí, acabou com a televisão em casa. Desde então, não só passou a dedicar-se mais aos livros como até anda entretido com a ideia de procurar palavras em dicionários e enciclopédias.

Quanto melhor leitor for, melhor designer será, acredita Luís Miguel Castro, que agora assegura a concepção artística dos títulos publicados pela nova editora Guerra e Paz.

Antigo director de arte da Marie Claire e da Kapa, Luís Miguel Castro sempre quis que o seu trabalho revelasse uma opinião: «Não é paginar às cegas, mas sim em função de um texto, seja ele jornalístico ou literário».

Foi assim nas revistas, nos catálogos e nos livros criados, ao longo de três décadas, por aquele a quem já chamaram «o» mestre. Quase sempre à mão, recorrendo às colagens, fotografias e pinturas sobrepostas, dispensando não raras vezes as inúmeras possibilidades de um computador.

«O ecrã ainda não é a forma. Não é igual ver uma coisa no ecrã e vê-la no papel. E não sei se, algum dia, virá a ser», defende Luís Miguel. Talvez, por isso, o também designer Jorge Silva comente que, hoje, o vê sobretudo como «uma espécie de artesão».

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