Friday, June 09, 2006


Cinema
O filme da treta.

Depois do palco, da televisão, da rádio e do livro... Toni e Zezé, os tugas de Conversa da Treta, chegam ao cinema.

As festas populares de Santo António parecem ter chegado mais cedo ao bairro lisboeta da Bica. No Largo de Santo Antoninho há balões de papel e fitas coloridas presos nos candeeiros e nas árvores que fazem sombra sobre as mesas de toalhas aos quadrados. Em vez das habituais sardinhas assadas, há restos de laranja e sobras de feijoada, deixadas em malgas e pratos de barro castanho.

Não fossem os enormes projectores, os reflectores brancos e pretos, a câmara de filmar e o rebuliço que ali se instalou de repente e nem se perceberia que a Bica tinha dado lugar ao Bairro da Ladroa e as festas de Santo António à Feijoada Anual. Onde antes estava uma fonte, existe agora uma estátua a «El Infante D. Fuas Bogalho, ‘o atrofiado’», um distinto cavalheiro de chapéu e capa vagamente parecido com o actor José Pedro Gomes, em cima de um burro com enormes orelhas e as feições de António Feio.

É o cenário de uma das cenas de Conversa da Treta – O Filme, que promete levar os famosos tugas Zezé e Toni às salas de cinema portuguesas, a partir de Outubro.

«Procuramos o mesmo impacto que tivemos no teatro, na televisão e na rádio», afirma António Feio, acrescentando que «o grande objectivo é levar mais gente ao cinema». Para José Pedro Gomes, «o cinema é a forma de perpetuar o trabalho – o teatro é efémero, a televisão é consumida com rapidez, o cinema é o que fica para o futuro».

O filme (realizado por José Sacramento, com argumento de Filipe Homem Fonseca e Eduardo Madeira) não tem qualquer financiamento público, o que não impediu o produtor Leonel Vieira de levar a sua ideia em frente, tentando recuperar o espírito perdido do cinema de comédia português.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home